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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ACADEMIA DA INCERTEZA

ACADEMIA DA INCERTEZA

“Quando os sopros de seus ancestrais querem soprar a vela
(graças à qual, talvez, perduraram os caracteres do livro de magia) 
– ele diz ‘Ainda não!’”. -

Mallarmé - Caminhava Narciso pela estrada,
A desdenhar as Nornas e o Porvir.
Sua sorte zombou em meio à jornada
De um velho crânio arfado por ali. 
Disse-lhe: "Sois Musa abandonada 
"Dos Poetas que viram o sol cair. 
Se não mais entoam à madrugada, 
Por que, ó ossada, estás a me sorrir?" 
O crânio retrucou: "Tolo! Infeliz! Não sabes? 
A Lua canta, o Corvo diz: 'Nunca Mais!...' 
Olhai, aos teus pés, quanto húmus!"
“Enquanto o galo canta um novo dia, 
Os vates lembrarão: 'Melancholia!...'
Ó, Narciso, Pulvis et Umbra Sumus!".

Gleudson Passos 
Vila do Forte, abril de 2009