SONETO MINGUANTE
Se acaso precisas com afã de amor e carinho,
abandona agora a esperança, pobre coitado.
Esconde a alma de teu deus e aguarda o Diabo,
e prepara-te para o escuro caminho.
Em tal trilha sem fé andas sozinho
e o coração, a ferro marcado,
cedo ou tarde inda dará cabo
das luzes de teu mundinho.
Quem muito ama, meu caro,
está condenado
a ficar só.
Sem amparo,
tornado
pó.