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domingo, 6 de março de 2011

DESISTI DE VER O CÉU, BOB


DESISTI DE VER O CÉU, BOB

Bob, as velhas cruzadas
foram partilha de estradas 
doce esteio de poesia 
nosso norte era o dia 
da consciência iluminada


Tua voz viajou na lufada 
encheu minha vida vazia 
sem culpa e de alma nua 
escriba de versos na lua 
não carecia mais nada


O vento virou de repente 
arrancou nossos cabelos 
enquanto caíam os dentes 
perdeu toda a simplicidade 
murchou a flor da idade


Por isso, parceiro, te digo
serás sempre caro, amigo 
mas agora o que importa 
é a segurança no abrigo 
passar a chave na porta


Agora eu não sonho mais 
nem quero olhar para trás 
desisti daquelas promessas 
e hoje procuro às avessas 
outro conceito de paz


O mundo é carga pesada 
e a vida levada na marra 
banal e tão desfilosofada 
ninguém ouve tua guitarra 
nem mesmo remasterizada


Mas resta alguma saudade 
entre o desejo e o lamento 
escuto o murmúrio do vento 
cantando aquela verdade 
que foi esquecida no tempo