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quinta-feira, 10 de março de 2011

CÁLICE DE VENTRE

https://jornaldelfos.blogspot.com.br/2011/03/calice-de-ventre.html
CÁLICE DE VENTRE

Cale-se!
O verso dorme
decerto
sonha-me em delírio...

Acordar-me-ei?
Se existir...

Fingir poeta?
Quanto ainda...

E quanto ainda mais
negar o peso à gravidade
e desejar o inverso!

Perder-me ao cosmos
de versos
inversos...

“Quero ser poeta, mãe...
Quando crescer!”

Poema das pedras;
Lírio
dos delírios líricos
da língua...

Fingir poeta
ao tanto de fingir
ter alma...

Cale-se!
Ela dorme...

Decerto me escreve!