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sábado, 22 de janeiro de 2011

O LOUCO E O CEGO


O LOUCO E O CEGO

Vai levando a tua vida
Como que fosse normal
Abraçando o leviano
Pra fugir de todo mal

Que escurece os pensamentos
E te deixam muito triste,
Porque pensas nos momentos
Mais felizes que tu viste,

Que viveste e que sentiste
Ao lado do grande amor,
Pois agora não resiste
A incruenta e dura dor;

Pra fugir de todo estresse
Semanal e cansativo:
É que o novo te apetece
Na importância de estar vivo;

Pra fugir de todo monstro
Que destrói o teu pensar:
É melhor o falso riso,
Quem te engana só olhar.

Tu te engodas coração,
Desviando o pensamento
pra quem te paga a bebida
e quem te dá um momento

longe de teu sentimento
magoado e comprimido,
afinal há muito tempo
para ele tu tens vivido.

Hoje tu não queres mais
E procuras te esconder,
mas jurando, “tinha paz
quando sabia viver.”

Sei que não vais encontrar
Neste mundo tão imenso
Um alguém que nas minúcias
Foi fiel, amigo, intenso,

Companheiro, pajem, forte,
Nas campanas – atalaia,
Teu esteio quando a Morte
Te puxava pela saia,

O teu ombro quando a dor
Te fazia lacrimar,
Teu amor ameno e cândido
Nas noitadas de luar...

Eu espero que num dia,
Dentro de teu coração,
Deixe toda covardia
Para dar-me o teu perdão.

CAIRO